Eu chorei quando você deixou
nossa casa. Quando fechou a porta na minha cara. Mas, afinal, eu sempre choro,
não é o que você diz? Perdoe os erros de português, você sabe que eu sempre fui
boa em ficar em silêncio e deixar os olhos falar por si só. E a língua? Bem,
essa eu uso para beijar e assoviar. Apesar de não o fazer tão bem (o assovio,
não o beijo).
Foi como um soco na boca do
estômago. Cortou meus lábios e quebrou meu nariz. Por que um coração partido dói
tanto?
Você diz que tudo que eu escrevo
é sobre mim ou sobre meus relacionamentos, mas tudo o que sai da sua boca são
palavras milimetricamente calculadas para confundir e ferir. Desculpe, meu bem,
com essas palavras cruéis é que espera que eu abra meu coração e espere
passivamente que você penetre nele e tire tudo de bom que há em mim? Sinto
muito, você sabe que eu nunca fui passiva, tampouco passional. Prefiro me
manter sob controle, mas as vezes é necessário se descontrolar para espanar o
pó que se acumulou sobre os ombros, não é mesmo?
Ontem em meio a briga eu me senti
como uma criança acuada, com medo e culpa. Senti que era culpada, mesmo não
sabendo porquê. Esperava de peito aberto por uma palavra doce, por
cumplicidade, mas tudo o que recebi foram queixas desenfreadas baseadas nas
diferenças da nossa personalidade e forma de ver o mundo. Foram quatro anos
tentando, quatro anos jogados fora. Por isso eu digo alto e em bom som, pra mim
chega!
Estou farta de ser cortada em
pedacinhos e espalhada pela casa. Estou farta de esperar afeto ou uma atitude complacente.
Mas, tudo que eu recebi foram queixas vindas da sua falta de entrosamento, confiança,
ou seja, lá como chamam quando nos abrimos para alguém que nos é querido. Não
vou lhe forçar a dizer nada se você não chegar e me disser. Não vou ficar
perguntando sobre a sua vida em tópicos chatos que mais parecem um
interrogatório, eu irei esperar você me contar de bom grado, caso contrário
nada mudará, continuaremos sendo o que somos um para o outro.
Também não me diga que eu sumi,
que não lhe chamo mais para sair, pois todas as vezes que eu chamei sempre
houve algo ou alguém mais importante. E eu entendo que todos temos prioridades
na vida, eu também tenho as minhas, no caso: eu. Por que? Porque eu cansei de
ir dormir chorando me sentindo um lixo e de acordar com a cabeça explodindo e
os olhos sensíveis, com o estômago embrulhado e uma vontade gigante de ficar o
dia todo em posição fetal na cama contemplando a minha existência imunda e sem
valor.
Só que, eu tenho valor. E nem você
nem ninguém tem o direito de me fazer sentir como se eu não tivesse.
E, ah querido, eu troquei as
chaves da porta, as senhas da nossa conta e todos os acessos que você tinha na
minha vida. A minha casa, meu coração e tudo o que supostamente nos ligava.
Isso não lhe pertence mais. Mas, ‘relaxa, ta tudo certo’, beijos e dorme bem!
[das coisas que eu escrevo ouvindo indie ❤ ]
ps: saudade de vocês!
As vezes é necessário sentir a dor da perda para valorizar os romances as vezes são apenas passageiros do nosso trem da vida ate acharmos o copiloto é muitas vezes passam mas voltam sabendo valorizar talvez..
ResponderExcluirSabendo amar quem sabe..
Sabendo ouvir e entender..
Sabendo compreender ?
Não sei mas sei que a dor pode ser o caminho para o amor
Ps:vc tem muito valor
Dor não é caminho de amor, nem de nada. Voltam? Quem volta? E queremos que volte? Eu não né!
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