Lembro-me claramente quão
desajuizada era em minha breve adolescência. Corria pela cidade como se ela
fosse o pátio de minha casa. Quase nua ou totalmente coberta, não importava,
chamava olhares por onde passava, propositalmente ou não. Foi nesse dia que
percebi quão lindos eram meus longos cabelos vermelhos (e rebeldes).
Você, meu caro, foi o sol quente
em uma tarde fria de inverno, tudo ia bem até nos encontrarmos naquele café,
meio sem querer, muito de propósito. Lembro-me claramente o quão profundo eram
seus olhos azuis e como eles me devoravam, tanto que tu conseguias me deixar
completamente sem jeito em dois segundos, e ao mesmo tempo, fazia meu sangue
fervilhar mais que meu ator favorito, ou aquela música da qual eu nunca lembro
o nome, mas deixa meu corpo elétrico.
Seus beijos e suas caricias,
tudo, tudo era absolutamente perfeito e como eu queria que durasse a eternidade
(embora eu saiba que se durasse mais que cinco segundos, provavelmente teria
enjoado). Tu eras tão sedutor, uma simbiose genuína entre um bad boy de
Hollywood e os anjos dos meus livros de cabeceira, tão dócil e ardiloso.
E todo esse turbilhão de
sentimentos que me inundaram a alma, as duvidas e os anseios, se acabaram
alguns meses depois, quando me dei conta que não fui mais que um breve passa
tempo, de mais uma de suas viagens. Ah, meu bem, sinto tanto por ti, por ter me
conhecido e não ter podido ficar, perdestes de ver o melhor de mim, e sei que
muito inda há de vir.
Perdestes de ver nossos filhos
correndo pelo apartamento cheio de flores e plantas, já que tu odeias o campo,
faria da cidade a minha selva particular, faria todos os teus dias tristes um
pouquinho mais alegre, entretanto, tu preferiu permanecer com tua tristeza tão
absolutamente particular e com esse escudo impenetrável.
Fomos tão tolos: Tu achaste que eu
seria tua apenas por uns instantes, e eu, imaginei a eternidade para nós.
Perdoa minha alma de menina e meus olhos furados, que insistem em derramar
lágrimas vez ou outra, pois, assim como sei que pensas em mim, luto arduamente
para não lembrar-me de ti.
Siga em frente, capitão, a
jornada é longa e eu sou apenas uma poeta cheia de amor no coração, pois,
afinal, meus versos estão encharcados de ti, e nosso amor virou poesia para os
outros admirarem, não cabe em meu peito, muito menos em meus lábios e então escapam-me
pelos dedos.
Agradeço-te pelas tantos belos
versos que me proporcionastes, é meu consolo saber que se não virar amor, pelo
menos, vira poesia e encanta o coração de alguém.
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