Sobre a Carga de uma Mãe


 

“Uma mãe só consegue nutrir se for nutrida”. 

Pode parecer hipocrisia, podem vir me falar que fulana não teve rede de apoio e amamentou, cuidou e amou seu bebê até os 4 anos e ainda ama mesmo após o desmame. Mas eu me pergunto, e o emocional dessa mãe? Como será que ela se sente lá no fundo? Será que ela não está se sentindo um farrapo, estilo aqueles filtros do insta “só o farelo do bolo”?


Uma vez eu li num livro que existe uma tríade familiar: mãe, pai e bebê. No início da relação entende-se que homem e mulher se nutrem mutuamente e que com a gestação e o bebê o processo precisaria mudar. Pai nutre mãe, que nutre o bebê. Quando acontece de mãe nutrir pai e bebê ninguém a nutre, correto? Lembro que era bem didático, com setas e tudo! 


Se no pequeno círculo familiar, o pai, companheiro ou companheira não nutre a puérpera, como ela terá capacidade emocional de nutrir o bebê? 


Ter um filho é uma grande demanda, seja ele planejado ou não. E essa história que as avós contavam “porque eu tive nove filhos e criei todos muito bem”, mas e a senhora? Tinha saúde mental ou vivia sempre cansada, irritada, sem libido e emocionalmente instável? Tudo isso para dar conta de uma casa, de um marido que não lavava nem a cueca? 


Sou grata por os padrões de relações estarem mudando (sim, porque ainda temos relações assim como as das nossas avós por aí).

Essa semana estava conversando com uma amiga sobre a idealização do sofrimento materno e a fantasia da heroína. Nós idolatramos mãe sobrecarregadas física, mental e emocionalmente, achando que “tudo bem eu estar sofrendo para criar meu filho”, quando na verdade não está. 


“Nós só podemos dar aquilo que temos” e hoje eu estou cheia de citações e frases de impacto. O que eu quero dizer é que se eu estou sobrecarregada, irritada e cansada sobrará pouco espaço para eu ser amorosa e atenciosa com meus filhos, terei pouco tempo pra eles e posso acabar caindo no ciclo do ‘aqui sou eu que mando’, violência gera violência e sim, sobrecarregar uma pessoa é violência sim!


E não cai nessa de que “eu não tenho que falar, ele tem que saber”, é importante falar suas necessidades, expor o que sente e dar a chance da pessoa se ligar e mudar. Caso ela não apresente nenhuma evolução, passamos para um outro plano. Isso não quer dizer que nós temos que falar tudo para que o nosso companheiro/a nos entenda, mas sim que ele aprenda a perceber que se meu foco é o bebê e ele não levantar a bunda do sofá pra lavar roupa, a roupa dele não será lavada e ‘que pena’, vai andar pelado ou sujo!


Se imponha com amor, fale das suas necessidades, converse, faça acordos, nesse momento mais que uma casa limpa tu precisa estar nutrida para nutrir! Se preencha de amor de todos os lados!

Boa semana <3


Deixo vocês com essa música que eu amo tanto!



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