Fico
imaginando onde isso começou... O começo do nosso fim. A palavra
"nós", nunca será a mesma sem ele. Até domingo passado, meu mundo
estava completamente feliz, meus amigos e parentes me elogiavam e comentavam
como estava radiante. Eu me sentia amada, eu amava... Amava uma pessoa que hoje
desconheço.
Nós
saímos no domingo, pela manhã estava quente, mas a tarde se tornou tão
agradável que nos sentamos à sombra, no parque. Aninhei-me em seu colo,
acariciando seus cabelos – ah, como amava seus cabelos, tão finos e macios.
Conversávamos
sobre coisas aleatórias, até que, sei lá porque, perguntei se ele estava me
enrolando, pois aquilo tudo era bom demais para ser verdade. Ele faz uma cara
de decepção e me perguntou o porquê daquela pergunta, fiquei totalmente sem
jeito e pedi desculpas, dizendo para ele esquecer o que havia dito. Mas, como
sempre, ele insistiu, então expliquei que, era tudo tão mágico, estávamos indo
tão bem, que eu só poderia estar sonhando, enfim, acho que o convenci, pois ele
voltou a sua expressão habitual e despreocupada.
Já
havia passado das seis da tarde e decidimos ir para casa – fomos para a minha.
Tomamos um banho – juntos –, fizemos macarrão e uma bagunça incrível na minha
cozinha, tomamos vinho e fomos ver um filme, deitados na cama. Uma noite
normal, por assim dizer. Dormimos abraçados, mais uma vez digo, foi um sonho.
Pela
manhã abri os olhos preguiçosamente e vi seu rosto, tão sereno, fiquei o
contemplando enquanto os raios de sol entravam pela brecha na cortina,
iluminando o quarto. Estiquei-me e peguei o celular, 9:50, estava começando a
ficar tarde, resolvi me levantar.
Andei
até o banheiro, olhei para o espelho, analisando-me, então depois de um longo
minuto abri a torneira e joguei um pouco de água nos olhos, estiquei o braço e
toquei a toalha, passei-a no rosto lentamente, ainda tentando acordar. Escovei
os dentes, arrumei meus cabelos, tudo como sempre fazia pelas manhãs.
Voltei
até o quarto – ele ainda estava dormindo –, peguei um casaquinho de lã – sou
muito friorenta pelas manhãs – e dirigi-me para a cozinha, pus café a passar,
liguei o radio não muito alto e me sentei no sofá, o sol estava tão lindo
naquele dia e era apaixonante contemplá-lo pela janela do meu apartamento.
Mais
ou menos as 10:20 fui chamá-lo. Debrucei-me na cama, por cima dele e o enchi de
beijos e carinhos. Ele acordou bem, aparentemente, sorriu para mim e me roubou
um beijo nos lábios. Sorri, passando a mão em seus cabelos e baixinho, disse
para ele se levantar, que o café já estava na mesa.
Tomamos
o café juntos, depois ficamos horas sentados no sofá – nem paramos para almoçar
– tomamos um café da tarde enquanto resolvíamos se íamos ao cinema ou víamos um
filme em casa – mais um. Optamos pelo cinema, depois passamos em algumas lojas
e para minha surpresa, ele havia encomendado uma pulseira com o símbolo do
infinito, nela dizia "que seja infinito", um pouco clichê, mas muito
linda.
Fomos
para casa novamente – aproveitávamos os domingos e folgas – sábados ou segundas
- feiras –, paramos ficar juntos, nossa semana era muito corrida, seus horários
muito apertados, e os meus, bom... muito bagunçados, por assim dizer –
trabalhar por conta não é muito fácil –.
Quando
chegamos em casa, ele foi direto para o banho, eu, porém, fui fazer brigadeiro
– sim, estava precisando de doces, só as mulheres entendem o porquê –. Depois
do doce pronto, foi a minha vez de ir para o banho. Demorei um pouco – gosto de
pensar embaixo do chuveiro, depois disso, fomos comer o brigadeiro, que iria me
deixar gorda, segundo ele.
Lá
por umas 23:00 horas fomos nos deitar, ele me beijou na testa e eu em seu
queixo. Dormi em seus braços, ouvindo as batidas do seu coração. Pela manhã,
acordei e senti sua falta, as cobertas estavam frias, e quando apalpei o
travesseiro dele encontrei um bilhete num pedaço de papel amassado, arrancado
de minha agenda. Nele dizia:
"Princesa, eu tentei
lhe dizer nesses últimos dias, mas não consegui. Estou saindo da sua vida.
Nossos mundos são muitos diferentes. Te deixarei livre para outro cara, ache
alguém que valha a pena, mas não o deixa te chamar de gorda, só eu posso te
chamar assim.
Continuarei te mandando
notícias, embora ache que com meus horários ficaram meio apertados. Seja feliz,
não chore, não coma muito doce (você ficará gorda e nenhum cara vai te querer),
pelo amor de deus, também não corte seu cabelo ou suas unhas, muito menos os
pulsos (acho que tu não terias coragem ou não seria louca o suficiente para
isso), enfim... Juízo cabeçuda!"
Ele
não assinou, não disse quando mandaria notícias e suas desculpas foram
esfarrapadas! Simplesmente me deixou, com o coração partido em uma manhã de
outono.
Tenho
boas lembranças dele, sinto saudade dos nossos dias, porém não penso em voltar
com o "nós". Passado é passado, se foi, não volta, o presente é a
nossa nova chance, a chance de dar certo, e o futuro, esse só deus sabe.
Que história linda, porém triste...quase chorei :'c
ResponderExcluirTentei fazer uma história do que aconteceu comigo, lógico que não foi exatamente assim, até porque foi triste demais...
Excluir"..." Coração batendo de todas formas violentas e calmas.
ResponderExcluirQue nem o meu então, comecei a escrever chorando e acabei sorrindo!
ExcluirNossa Mury-chan, tão poético, ao mesmo tempo que é bonito é triste. O final foi muito doloroso, triste mesmo. Fiquei realmente sem reação no final, só imaginando a moça lendo o bilhete, o coração batendo de tristeza. Mas adorei, você mesclou bem ambos os sentimentos, e como foi narrado em primeira pessoa, foi como se a gente sentisse na pele essa perda! Parabéns =D
ResponderExcluirBjs
Da Imaginação a Escrita
Obrigada pelo comentário Sammy, e bom, eu só contei, de forma diferente, o que aconteceu comigo. Fui deixada, e precisava desabafar!!
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