Ontem
participei da primeira aula do Professor Pedro Savi Neto na Gestão da Educação,
cujo tema era “Ética e Responsabilidade: os desafios do educador na
contemporaneidade”, que deu muito o que debater, aliás, nós alunas da graduação
discutimos parelho com o pessoal que já é formado e possivelmente com algumas
boas pós-graduações.
Pois
bem, falávamos de como foi o evento em Auschwitz, em que a provocação inicial
era “Como termos o pensamento livre onde temos uma restrição no agir, pensar e
viver?”. Isso, na educação é algo que vemos todos os dias, chegamos com um
projeto para a escola e ela o recusa pois “Não se enquadra nas normas” ou “Os
pais não vão gostar”. Não estamos lidando com pais de alunos, mas com nossos
clientes, onde a escola forma ou “produz” seres para o mercado de trabalho.
Será
isso certo? Olha, eu acho que não. Primeiro, a ideia do ensino era formar
pessoas para a vida em sociedade, princípios éticos, princípios de como ser com
o outro, como “amar”, como ser um cidadão e blá blá blá. E o que temos hoje?
Crianças com quatro ou cinco anos dizendo que “serei uma médica muito famosa
quando crescer”, mas será que isso vem da sua imaginação ou querer ou dos pais
que fazem uma “lavagem cerebral” neles?
Vivemos
em uma sociedade que preza as relações, mas se você é muito próximo do aluno, ou
o trata maternalmente, pode ser até acusada de assédio! Onde devemos ser
práticos e dar a matéria, sendo que a criança só aprende através da
significação, ou seja, do carinho. Já escrevi sobre isso no texto “Sobre sentir”,
que acabamos criando sociopatas por conta da falta de sentimentos que passamos
às crianças, muitas cobranças e pouco retorno afetivo.
Pensem,
o que vemos, se pararmos de olhar para o nosso umbigo e darmos um giro e
analisar o mundo? Escolas frias, que podem ser comparadas à hospitais,
presídios etc. Ensino classificatório, onde os melhores tem melhores notas justamente
pelo investimento inicial chamado dinheiro (bons colégios particulares). Amor? Para
quê? Se eu posso dar presentes caros e uma boa escola para meu filho?
Vemos
claramente, gente, acorda, um mundo capitalista e elitista. O que era a
Alemanha na Primeira e Segunda Guerra Mundial? UMA POTÊNCIA! E o que houve? Um
psicopata mexeu na cabeça de todos, porque ele devia ter o dom para isso, e fez
com que todos acreditassem que a raça “ariana” era a melhor, era a pura, a top
do momento. O que temos hoje? Japão, China e EUA fazendo o mesmo, todo o resto
do mundo tem que falar inglês porque abre portas, mas naquela época era o
alemão a língua do momento.
No
documentário “O último fardo do homem branco” vemos claramente isso. Uma
educação imposta pela ONU e ONGS do mundo todo por “um mundo com mais educação”,
mas educação para quem afinal? Para as grandes potências atuais? Para que eles
tenham mão de obra capacitada para fazer o trabalho “lixo” que eles não querem
fazer para não sujar as mãos? Gente pobre que se ilude achando que chegará a
ser um médico ou engenheiro, provavelmente menos de 5% dos estudantes citados
no documentário conseguiu ou conseguirá um cargo desses.
E
tem mais, eles passam a serem estrangeiros em sua própria terra, em sua própria
cultua, ou seja, eles aprendem os “costumes do homem branco” e esquecem de sua
religião, dos costumes, das suas idiossincrasias e viram objetos padronizados.
É claramente discriminatório. E sobre isso alguém falou nessa mesma aula sobre
o preconceito, sobre pessoas alienadas da sociedade. “É comum uma pessoa chamar
‘eae negão’ porque é uma brincadeira e algo para se levar assim”. Não, porque
se houvesse o mínimo de respeito nós chamaríamos todas as pessoas pelo nome, ou
algum jeito carinhoso e atencioso, afinal, somos seres pensantes e que sentem
(esperamos) afeto, e não de um modo depreciativo o constrangendo por causa de
sua cor, biótipo e opção/condição sexual.
Conseguem
entender o quão perigoso se tornou o mundo? A educação, o governo e as pessoas
em geral? Porque elas não se preocupam realmente com o que está acontecendo à
sua volta, se acomodaram e acham tudo naturalmente normal. Estamos agindo como
monstros sem coração que visam somente o ganho pessoal e CRIANDO PESSOAS ASSIM
DIARIAMENTE! Há o que se pensar, há o que discutir sim, durante décadas. E
ainda vejo pessoas dizendo “Assim foi e vai continuar sendo, porque não
adianta, eu sou só um contra o mundo”, mas será? Será que realmente somos
sozinhos, que o que pensamos seja único e isolado? Será que como professores
não podemos começar mudando a coordenação e impondo, mesmo que sutilmente, a
nossa vontade de mudar? Será que não conseguimos mexer na cabeça de um à cada
dez alunos? Somos professores, com formação ou não, temos esse poder sobre as
pessoas.
E é aí que mora o perigo: Para quem estamos confiando a educação das nossas crianças?
E é aí que mora o perigo: Para quem estamos confiando a educação das nossas crianças?
Então, creio que esta questão é muito mais complexa do que realmente parece... rs! é uma questão que não está adstrita aos muros do sistema de ensino! rs...
ResponderExcluirmuito boa reflexão... vale a pena pensar sobre!
Sim, com toda a certeza! Temos muito o que pensar sempre!
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